2 de jul. de 2011

ABUSOS EM NOME DO RITO

Suspeito de abusar sexualmente de crianças em rituais 

não é pai-de-santo, diz Fecams



O homem que realiza rituais de magia na própria casa em Campo Grande e foi acusado de praticar abusos sexuais contra crianças durante as 'sessões' não é um pai-de-santo '. A informação é do presidente da Fecams (Federação dos Cultos Afro-Brasileiros e Ameríndios do Mato Grosso do Sul), Irbs Barbosa de Souza.
Segundo a denúncia, investigada pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, o homem, de 30 anos, inseria crianças com idades entre 4 e 8 anos nos rituais. Ele faria sacrifícios de animais, derramaria o sangue nos menores e ficaria nu, fazendo as crianças a lhe tocarem nas partes íntimas. Os rituais eram realizados na casa dele, no Jardim Montevidéo.
Além dos próprios filhos do homem, estariam na lista de vítimas crianças que participariam das sessões com a conivência da esposa dele e dos próprios pais.
Segundo Irbs, no entanto, o acusado não está cadastrado na Federação. O presidente da entidade conta que a Fecams existe há 25 anos e exige que os terreiros filiados tenham pelo menos 15 anos de atuação.
Irbs conta que a Federação possui mais de 7 mil filiados no Estado, e que o caminho para uma pessoa se tornar oficialmente um pai-de-santo é cheio de exigências. “Tem gente que espera há mais de 15 anos. Para ser pai-de-santo precisa ter raiz, outro pai-de-santo tem que indicar”, explica.
Em relação ao suposto ritual de sacrifício de animais seguido de exploração sexual, Irbs diz que a entidade não apoia esse tipo de procedimento. “O homem é um charlatão, não tem respeito por ele mesmo, que um dia foi criança. Em criança não se toca”, resume.
Segundo o presidente da Federação, para ter um terreiro é necessário ser filiado à Fecams, possuir CNPJ e alvará de funcionamento. As denúncias de terreiros clandestinos recebidas são encaminhadas à Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social). Em Campo Grande existem em torno de 400 casas de umbanda e candomblé, em Corumbá aproximadamente 600 e no Estado 7 mil.

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