2 de jun. de 2011

O ADEUS À KASUTEMI




Comunidade de Portão se despede de Líder 

Cultural

Sob cantos bantos de consternação, foi enterrado na manhã desta quinta-feira (2), no cemitério de Portão, Lauro de Freitas, Raimundo Nonato das Neves, um dos mais expressivos representantes da cultura afro na Bahia.
No candomblé, o líder comunitário pertencia a nação angola, e era reconhecido pelo dijina (nome sagrado) de Kasutemi. De acordo com o superintendente municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Eriosvaldo Menezes, ogan da nação keto, o ritual continuará com o mukondo, que é uma atividade só para os iniciados, que “guiará o espírito para um patamar mais elevado”.Também presidente do Conselho de Cultura e integrante da Academia de Artes e Letras do município, Raimundo Neves tinha 49 anos e faleceu na terça-feira (1), após intervenção cirúrgica no abdomem.
Como presidente do Bloco Afro Bankoma, que desfila há nove anos no circuito Osmar, carnaval de Salvador, desenvolvia, desde 1995, junto à comunidade de Portão, onde nasceu, diversas atividades sócio-culturais.
O espaço onde são oferecidas oficinas de tecelagem, confecção de instrumentos musicais e de adereços africanos, dança afro, capoeira entre outros, se tornou o Ponto de Cultura da Goméia, adotando o nome do terreiro onde é sediado – São Jorge Filho da Goméia. O tata (título do sacerdote que não entra em transe) Raimundo Kasutemi era neto da também ilustre Mãe Mirinha de Portão, importante líder do candomblé, falecida em 1989.
O historiador Gildásio Freitas salientou a importância social do trabalho realizado pelo Kasutemi.  “Apesar da comunidade ser considerada violenta, podemos dizer que os jovens que participam do Bankoma estão livre da criminalidade”.
O cantor Tonho Matéria, também presente ao enterro, disse que em julho viajariam juntos para apresentação na Áustria: “Era uma figura que conseguia movimentar a cultura. Perdi um amigo. Estou muito abalado” – desabafou. O fundador do Malê Debalê, Raimundo Bujão, espera que o poder público dê continuidade ao trabalho desenvolvido por Raimundo Neves. “Esta seria a homenagem justa à figura e à luta que ele empreendeu”.
O presidente da Associação Cultural de Preservação do patrimônio Bantu (Acbantu), Raimundo Nonato Konmannanjy, revelou que o Kasutemi se diferenciava por conseguir mediar conflitos com facilidade. “O ancestral dele era de paz. Foi um grande líder. A gente o considerava como o guerreiro da cultura banto na Bahia”.
O secretário municipal de Governo, Ápio Vinagre, vai assumir a presidência do Conselho de Cultura de Lauro de Freitas, onde Raimundo Neves estava à frente há dois anos. “Graças ao trabalho desenvolvido por ele, o Ponto de Cultura da Goméia é referência nacional, cuja importância é reconhecida pelo Ministério da Cultura”.
A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, que esteve desde a manhã de ontem ao lado da família, também esteve presente à despedida, para dar seu último adeus. Moema destacou o trabalho social liderado por Raimundo Nonato no Terreiro da Goméia e seu incentivo à cultura no município. “Era parceiro e um grande incentivador dos grupos culturais, dos projetos pela paz, das ações com jovens e adolescentes”.

colaboração: Marcelo Aragão - consulado social

NÃO PERCA, É NESTE SÁBADO

 

 
Viveiro Municipal de Jacareí recebe II Encontro de Culturas
02/06/2011 - 11h30 (Redação AgoraVale/Prefeitura de Jacareí)
O Viveiro Municipal recebe neste sábado (04) o II Encontro de Culturas. Durante o evento acontecerão diversas atividades, como dança típica do candomblé, apresentação indígena, capoeira, músicas, exposição de objetos e palestras. As programação ocorrerá das 13h às 16h, com entrada gratuita.
 De acordo com o organizador, Ederson Carlos Pereira, para a palestra sobre Meio Ambiente foram convidados professores da Faculdade de Teologia Umbandista (FTU). O sarau de músicas sacras afro-brasileiras também terá a participação de teólogos da FTU. Já a apresentação indígena terá a presença de índios da aldeia Guarani de Ubatuba.
 
Quem for ao evento também poderá conferir a exposição de objetos típicos, com significado cultural, indígena e religioso. Já as crianças poderão fazer pintura indígena.
 
O Viveiro fica na rua Theófilo Teodoro Rezende, 39, Campo Grande.
 
Confira a programação:
13h - Abertura e apresentação dos convidados
13h50 - Apresentação de um chire (dança típica do candomblé – egbé ty óymbó Omó orisá óyá)
14h20 - Palestra sobre o meio ambiente com professores da FTU
14h50 - Apresentação indígena com a aldeia Guarani de Ubatuba
15h20 - Apresentação de Capoeira com a academia Ingá Capoeira
16h - Sarau das músicas sacras afro-brasileiras com teólogos da FTU
 
Informações:
            (11) 6092 2075       
ou

             (12) 3952 5277      

OPINIÕES EM TODAS AS LINGUAGENS


Salvador de Bahia e il Recôncavo bahiano: workshop fotografico con Dario De Dominicis

Creato il 01 luglio 2011 



Dal 22 luglio al 3 Agosto la seconda edizione del workshop “Salvador de Bahia e il Recôncavo bahiano” tenuto dal fotografo Dario De Dominics Situato a ovest di Salvador, il Recôncavo è una verde regione ricca di terre fertili che circonda la Baia de Todos Los Santos. Fin dall’epoca coloniale quest’area è stata tra le migliori per la coltivazione del tabacco e della canna da zucchero, e ancora oggi è possibile ammirare i variopinti edifici che sono lì a testimoniare la ricchezza di storia e di tradizione tipiche di queste località.
In questo workshop entreremo in contatto con una delle regioni più belle e fotograficamente interessanti di tutto il Brasile. Faremo base a Cachoeira, deliziosa cittadina che si trova tra le colline sulle rive del Rio Paraguauçu. scelta perché viene considerata, da sempre, uno dei centri più importanti spiritualmente per il candomblé . Nei suoi “terreiros”, che sorgono in piccole case o capanne poco lontano dalla citt à, è possibile assistere a lunghe ed affascinanti cerimonie religiose. Naturalmente questa è solo una piccola parte dei 13 giorni che trascorreremo insieme per vivere e fotografare le magiche atmosfere di questa terra, scoprendo il calore e l’ospitalità della sua gente.
Ci accosteremo alla vita rurale di questa zona, delle famiglie che la abitano, e fotograferemo anche in alcuni accampamenti occupati dal mitico movimento dei Sem Terra. Visiteremo piccoli villaggi di pescatori dove ancora si pesca su delle piccole imbarcazioni a vela, seguendo il ritmo delle maree. Luoghi in cui la la vita quotidiana scorre ancora a misura d’uomo svelando momenti di grande bellezza ed intensit à che lasceranno il segno nelle nostre fotografie e non solo.
Ci prenderemo qualche giorno per visitare Salvador de Bahia, meta irrinunciabile, con la sua vitalità, i suoi mercati colorati e affollati di umanità, le attraenti spiagge, in cui abbondano le situazioni fotografiche. Scatteremo fotografie e faremo editing ogni giorno, sforzandoci di portare a casa immagini che siano forti ed espressive, ma che rivelino anche uno sguardo personale in cui leggere la visione di ogni studente.

Salvador de Bahia e il Recôncavo bahiano: workshop fotografico con Dario De Dominicis
colaboracione: (c) Dario De Dominicis

BRASIL POLÍTICO, PAÍS LAICO ?????

Religião, fora de lugar?
Por Maria José Rosado-Nunes *


SÃO PAULO, Brasil, 31 de maio de 2011 (IPS) - O Brasil é visto como um país de fé, diversas e profundas. Mas, embora a religião é um ponto de referência importante na vida da população, a extensão da diversidade religiosa no país alastrando, não é tão difundida como a crença em si.

Apesar de todo o mundo, a imagem do Brasil está ligada às tradições e religiões Africanas, olhando para o Censo 2000, o sociólogo Flávio Pierucci constatou que o Brasil é, na realidade, um país cristão, de fato, talvez o maior país cristão do mundo. 

Alguns 73,8 por cento da população, se chama católica, 15,4 por cento, evangélico, um total de 89,2 por cento do povo cristão. Há apenas 0,3 por cento da população identificados como adeptos das religiões africanas, como o Candomblé e Umbanda. 

Olhando para esses números Pierucci pergunta: Onde está a nossa diversidade religiosa proclamada? É verdade que estes identificadores rígidos não levam em consideração o que chamamos de "pertença múltipla", ou seja, a prática comum no Brasil, das pessoas que se dizem católicos, mas ir regularmente a cultos de Candomblé, ou, de qualquer outra religião: eu vou Missa aos domingos e visito a minha Mãe de Santo no ''abassa'' às sextas-feiras. 

E ainda assim, a hegemonia do cristianismo tem ramificações políticas, apesar da codificação da separação entre Igreja e Estado no âmbito da Constituição de 1891 no Brasil. Durante a campanha presidencial de 2010, a religião foi usada para sustentar pontos de vista conservadores, especialmente sobre a sexualidade e as questões reprodutivas. 

Focos culturais (incluindo o direito de gays e lésbicas de uma união legal e da legalização do aborto) se tornou o foco de inflamadas discussões públicas. Este investimento em argumentos dogmáticos, durante uma campanha política foi bastante incomum para o Brasil, mesmo que a cultura esteja impregnada de valores religiosos e da taxa de observância religiosa é muito elevada. Em campanhas anteriores, símbolos religiosos e princípios doutrinários não eram tão diretamente colocada. 

Mas o uso do dogma religioso para lutar contra os valores políticos, mostra o importante papel público que as religiões, particularmente a Igreja Católica, ainda tem na sociedade brasileira e buscam influenciar o processo político. Aqueles que acreditaram em secularismo, ou, pelo menos, a separação entre religião e estado, foram obrigados a se opor à intervenção agressiva religiosa. 

Os pontos de discórdia com uma tendência crescente de anti-religiosidade no país. Em cada censo, o número de pessoas que se declaram "sem religião" cresce mais. 

Juan Marco Vaggione, um sociólogo argentino, argumenta que "as narrativas religiosas são publicamente articuladas e se tornam matéria discutível, não só por grupos seculares, mas também por aqueles que, sendo religiosos, não concordam com alguns aspectos da doutrina oficial." 

De fato, durante a campanha eleitoral de 2009, um caso se tornou uma causa célebre. Uma menina de nove anos, estuprada pelo padrasto e fez grávida, procurou um aborto legal. Quando sr.  bispo tentou impedir a rescisão de que a gravidez, as reações e debates nos meios de comunicação não veio apenas dos setores seculares da sociedade civil, mas também, de membros da igreja, outros Bispos, sacerdotes e pastores protestantes, oferecendo provas, como resultado , de formas de pensamentos dissidentes internos para as igrejas. 

Após as eleições de outubro de 2010, evangélicos, grupos organizados no Congresso, haviam aumentado sua presença, de 43 para 71 membros. A campanha eleitoral e o foco dos grupos religiosos na garantia das posições no Parlamento, obriga-nos a considerar questões fundamentais em torno do papel público das religiões nas sociedades modernas e os estados seculares. 

São estas intervenções públicas da Igreja Católica, e, esses pastores protestantes eleito para o Parlamento, uma violação do princípio democrático e constitucional da separação Igreja / Estado, cadê a ''separação'' ??????? 

Ou, pelo contrário, isso é uma demonstração, e em conseqüência, da aceitação da democracia, uma que permite que grupos religiosos e instituições participem no debate público sobre questões de interesse maior da sociedade? 

O debate público sobre o emergente papel da religião na política brasileira, anuncia um cenário mais diversificado e complexo religioso na sociedade do Brasil, que promete ser emocionante ver e viver. 

* Maria José Rosado Nunes, é professor de pós-graduação de sociologia da religião e dos estudos feministas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas (CNPq). 

Este artigo, é parte da série "Religião, Política e Espaço Público", em colaboração com as Nações Unidas da Aliança das Civilizações e seu projeto de Especialistas Globais (www.theglobalexperts.org). 

As opiniões expressas nestes artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente os da Organização das Nações Unidas da Aliança das Civilizações ou das instituições a que os autores são afiliados.