Após três meses da decisão do Superior Tribunal Federal em autorizar a união estável para casais do mesmo sexo, o Ibope realizou uma pesquisa nacional mostrando que 55% dos brasileiros são contra a resolução.
A região Centro Oeste junto com a Norte e Nordeste são as mais conservadoras em relação ao assunto na qual 60% são contrários. A pesquisa também entrevistou integrantes da igreja Católica, Evangélica e Espírita, Candomblé e Umbanda, definidas como 'outras religiões'.
Na pesquisa, os católicos ficaram divididos entre 50% a favor e a outra metade contra. Já os evangélicos, a maioria, 77% são contra e 23% a favor. Entre membros das chamadas 'outras religiões' são onde estão o maior índice de pessoas que se disseram a favor: 60% contra apenas 40% contrários. Já entre os ateus, 51% se dizem favoráveis e 49% não aprovam.
Religiosos de Mato Grosso do Sul
A reportagem entrou em contato com representantes de religiões em Mato Grosso do Sul que reflete os números dos dados acima. De acordo com o padre Paulo Roberto, assessor do arcebispo de Campo Grande Dom Dimas, acha que o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou uma ingerência em aprovar o casamento de pessoas do mesmo sexo.
“A finalidade do casamento entre o homem e a mulher é a felicidade mutua e procriação de filhos. A igreja [Católica] quer ajudar essas pessoas que são milhões para ficarem em paz com Deus e consigo mesmos, nós amamos essas pessoas. Devemos odiar o pecado e amar o pecador”, disse o padre que também argumentou que o casamento entre homossexuais é contra a família e o direito natural da vida.
Já o pastor da igreja Assembleia de Deus, Nilton da Costa Benites, diz não ser contra a união, porém, se a pessoa quiser ser um seguidor da instituição, tem que seguir a doutrina praticada.
“A pessoa tem o livre arbítrio. Nós evangélicos não achamos correto, porém se eu me intrometer na vida de outras pessoas estou usando de preconceito”. Em relação à participação de gays na religião, Nilton diz que “se a pessoa quiser ser membro, tem de se enquadrar no rol de membros que segue a doutrina da Bíblia. Se eu chegar na sua casa, não posso fazer o que eu quiser, lá tem regras”, diz.
Enquanto isso no Espiritismo, Candomblé e Umbanda as opiniões dadas refletem a pesquisa nacional é refletida nas entrevistas com Luiz Afonso Junot, Ogan no Candomblé, Irbs Barbosa presidente da Fecams (Federação dos Cultos Afro-Brasileiros e Ameríndios do Mato Grosso do Sul) e Vander Ricardo Gomes, representante de uma casa espírita.
“No candomblé existem muitos homossexuais casados, há muitos anos. A religião aceita sem preconceito, como também promovemos os casamentos. Além disso, a união estável dá direitos previsto na lei”, segundo Luiz Afonso.
“Desde que a constituição colocou em igualdade o homem e a mulher, não há nenhum problema, independente da crença”, defende o presidente da Fecams.
A outra crença que não é contra a decisão do STF, é o Espiritismo. Segundo o vice-presidente da Associação Espírita Irmão Marcos, Vander Ricardo Gomes de Olveira, “o espírito não tem sexo".
"São relações sinceras que sem promiscuidade se igualam ao casamento entre homens e mulheres", pondera.
colaboração: Diego Alves midiamaxxnews/MS |
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